segunda-feira, 16 de abril de 2018

CARTA ABERTA AO PRESIDENTE DA GUINÉ-BISSAU



Ao Exmo. Senhor Presidente
José Mário Vaz

No dia 09 de fevereiro do corrente ano escrevi uma carta aberta ao Senhor, pedindo-lhe que jogasse uma cartada que eu chamaria de “postura de elegância”, ou seja, por uma questão de HONRA renunciava do seu cargo por factos que apresentei nessa carta (nomear um primeiro-ministro que ninguém queria fazer parte do seu Governo, as sanções impostas pela CEDEAO às individualidades próximas ao Senhor Presidente e privações das manifestações e reuniões). Entretanto, o Senhor Presidente não deu ouvido, simplesmente.
Passando mais de dois meses a situação continua igual, a CEDEAO decidiu através de uma Cimeira Extraordinária discutir apenas o problema da nossa crise até encontrar uma solução possível, em que definiram nome de um novo primeiro-ministro e um cronograma político (data da nomeação do novo primeiro-ministro, data da abertura da Assembleia Nacional Popular para uma sessão plenária e a data da realização das eleições legislativas). Faltava só definir a data da renúncia.
Mas perante essas decisões da CEDEAO, queria perguntar:
·         E agora, Senhor Presidente, o que será do Senhor?
·         O Primeiro-ministro, Artur Silva, vai cair sem pedir demissão? Não foi isso que o Senhor disse à Comunicação Social.
·         Onde está o seu amado grupo dos quinze? Por que é que não foram a Lomé? Morreram todos?
·         Onde está a soberania da Guiné-Bissau? Sei que o Senhor gosta muito da nossa soberania, ou talvez goste apenas do termo.
Senhor Presidente, a Guiné-Bissau é um país pequeno mas tornou-o ainda menor no jogo geoestratégico e geopolítico, sem expressão perante as Comunidades em que fazemos parte.
Por isso, volto a solicitar que renuncie do seu cargo, por uma questão de HONRA. Vale mais tarde do que nunca!

Bafatá, 15 de abril de 2018.

Abdelaziz Vera Cruz

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